Drible x passe: diferenças no duelo de Robinhos em Atlético-MG e Cruzeiro
11/06/2016 – 07:05
Essenciais para suas equipes, xarás ocupam diferentes posições no campo e podem ajudar Cruzeiro ou Atlético-MG a sair do Horto com placar para amenizar má fase
Quando o narrador gritar “Robinho” no clássico entre Atlético-MG e Cruzeiro, cuidado. Você pode se confundir. É que, além da tradicional rivalidade entre os dois maiores times de Minas, o confronto do próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Independência, terá um duelo de xarás. Pelo Galo, Robinho, o “Rei das Pedaladas”, vem de uma ótima atuação contra o Sport e com a vontade de vencer o rival pela primeira vez. Já o Robinho da Raposa, que ainda não ganhou um apelido e foi poupado do último treino do Cruzeiro, mas já tem o carinho do cruzeirense pelo que apresentou até agora, estreia no clássico mineiro e está prestigiado com o técnico Paulo Bento.
Então já que domingo vai ser um tal de Robinho para lá e Robinho para cá, vamos facilitar as coisas e estabelecer uma convenção. Robson de Souza é o atacante do Atlético-MG e será chamado de Robinho (A). A pelo fato de o time seu time ser o mandante no clássico. Róbson Michael Signorini é o meia do Cruzeiro, agora também conhecido como Robinho (B). Feito isso, você está pronto para entender tudo deste duelo especial, que o GloboEsporte.com preparou para você.
Comparação dos números entre os Robinhos (Foto: Maurício Paulucci)
Comparação dos números entre os Robinhos (Foto: Maurício Paulucci)
Mas e aí, quais as semelhanças e diferenças? Além do nome, ambos jogadores já atuaram no Santos, ganharam uma Copa do Brasil e têm se mostrado essenciais no esquema de Marcelo Oliveira e Paulo Bento. São jogadores com muita habilidade técnica e experiência. As diferenças são muitas. Um – Robinho (A) – é atacante, o outro – Robinho (C) – é meia. Um é paulista, o outro paranaense. Um tem 32 anos, o outro 28. Um veste a camisa 7, o outro a 19. Um tem 1,72m, e o outro é dois centímetros mais baixo. Para Robinho do Cruzeiro, em tom de brincadeira, semelhança não tem nenhuma, agora diferenças são várias, inclusive no estilo de jogo.
– Semelhanças, nós não temos nenhuma. Diferenças dentro de campo… O Robinho (do Atlético-MG) tem trinta e poucos anos, eu tenho 28. Ele dribla, eu toco. Ele veste a camisa do Atlético, e eu a do Cruzeiro. Não tem semelhança nenhum e acho que essas são as diferenças.
Já o Robinho do Galo tratou de desejar sorte ao colega, mas só depois do clássico de domingo.
– Tenho o meu xará lá que é um grande jogador. Espero que ele tenha toda sorte do mundo no Cruzeiro, menos contra o Galo. Mas não é só com o Robinho que temos que nos preocupar. Temos que preocupar com todo o time do Cruzeiro.
E, falando em equilíbrio, nos números os dois Robinhos estão muito iguais. Os dois jogadores têm duas assistências no Campeonato Brasileiro, mas o atleticano leva uma pequena vantagem. O Robinho (A) jogou dois jogos, enquanto Robinho (B) jogou três. O Pedalada tem duas finalizações a mais, dois gols e errou menos passes (9 contra 11). Mas o meia do Cruzeiro leva a melhor nos passes certos, (71 contra 44).
Robinho (B) chegou ao Cruzeiro no início de maio, junto com o lateral Lucas, em uma troca com o Palmeiras. O jogador não pode estrear logo de cara, porque teve que se recuperar de um edema na coxa. O primeiro jogo veio só no último dia 28, no empate contra o América-MG, no Mineirão. Logo na estreia, entrando no segundo tempo, uma bela assistência para o gol de Arrascaeta. Desde então, não saiu mais do time. Tem sido elogiado por sua capacidade de dar ritmo ao jogo – cadenciar quando necessário e acelerar quando preciso -, além de sua experiência.
Experiência que o Robinho, do Atlético-MG, tem de sobra. Por onde passa, o jogador deixa a impressão de ser bom de grupo. No Galo não é muito diferente, o atacante chegou no início do ano como a maior contratação da temporada. De cara, tornou-se artilheiro do Mineiro. No entanto, assim como o xará, sofreu com problemas médicos. O último o tirou da reta inicial do Campeonato Brasileiro. O retorno só aconteceu na partida contra o Fluminense. No último jogo, contra o Sport, Robinho (A) teve uma atuação impecável. Marcou dois gols, de pênaltis que ele mesmo sofreu, e deu duas assistências. O Galo só sofreu o empate após a saída do camisa 7 de campo.
Robinho Cruzeiro (Foto: Washington Alves/ Lightpress)
Robinho ainda não marcou pelo Cruzeiro, mas já foi decisivo com duas assistências (Foto: Washington Alves/ Lightpress)
Robinho (A) não vai passar aquele frio na barriga por causa da estreia. O atacante das pedaladas já disputou um clássico com o Cruzeiro, no Campeonato Mineiro, atuando durante os 90 minutos. E, se não tem mais o nervosismo da estreia, com certeza há aquela vontade de vencer o rival pela primeira vez. É que, naquela ocasião, a Raposa venceu por 1 a 0, no Independência, pela primeira fase do Estadual.
Dentro de campo, o posicionamento dos Robinhos é bem diferente. O do Atlético-MG se notabilizou por jogar com qualidade aberto pela esquerda, mas tem sido utilizado por Marcelo Oliveira à frente e centralizado, como um falso 9. Foi assim na partida contra o Sport, jogo pelo qual Robinho (A) se destacou. Robinho (C) joga mais recuado. O Cruzeiro joga com o esquema de um losango no meio, e ele joga mais recuado pela direita, armando as jogadas para os atacantes da Raposa.
E aí, quem vai levar a melhor? Pelo menos um Robinho vai deixar o estádio do Horto feliz. Cruzeiro e Atlético-MG se enfrentam neste domingo, às 16h (de Brasília), no Independência, em jogo válido pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. A Raposa está na zona de rebaixamento, com cinco pontos, na 18ª colocação, enquanto o Galo, que poderá ter a estreia de Fred, está na 14ª posição, com 7 pontos.